Todos os domingos aconteciam rodas de COCO na casa de minha avó, o terreiro era de barro (massapê) e eu nasci, cresci e sempre vivi aquilo, aquela felicidade toda aguardando a semana passar para logo chegar o domingo. Mainha e voinha eram tapioqueiras (vendiam tapiocas) no Alto da Sé (Olinda Sítio Histórico), eu, fui criada assim. Minha primeira apresentação profissionalmente, foi na Praça de Boa Viagem, na verdade, fui obrigada a ir pro palco tocar e cantar com ela, eu tinha uns nove anos de idade, o show foi lindo, eu não tinha coragem de olhar para o público de tão tímida que estava hahahaaay. Desde esse iluminado dia, a cada momento, aquele amor pela música foi me tomando, ficava fascinada com este mundo, então decidi viver da música e depois desse show, nunca mais paramos, participamos importantes festivais nacionais e internacionais, várias participações em shows de artistas que estavam na cena como Chico Science, Mestre Ambrósio, Cascabulho entre outros. Aquele mundo era imenso mas eu queria muito mais, conhecer ritmos, instrumentos, passei por maracatus, Afoxés, orquestras de rua e de baile, forró pé de Serra, entre outros. Mainha, que também fazia parte do ''Grupo'' de Selma do Coco, apaixonada pelo ritmo, vinda da música erudita, formou o QUEBRA COCO, e eu cantava também, o tempo foi passando e as coisas acontecendo para ambas. A gravação da 1ª fita demo de voinha foi gravada no Conservatório Pernambucano de música, e vindo logo após os CDs, coletâneas, parcerias. Eu, sempre muito fã de Sergio Cassiano (Mestre Ambrósio), decidi tocar pandeiro, foi até em um show de uma banda que eu tocava chamada Serra Véia, o rabequeiro, sempre levava um pandeiro de Chico Nunes e eu nesse dia, me superei no show tocando pandeiro pela primeira vez em publico, foi maravilhoso e desse dia pra frente, eu me apaixonei por este instrumento.
